depois de velho, continuou tarado.

quinta-feira, julho 27, 2006

))<>(( .

Não sabe o que isso aí em cima significa? Vá ver “Eu, você e todos nós”. Filme estranho com gente esquisita. Mas de perto, quem é normal? Eu - com certeza - não sou.

Essa é a força do filme. Olhar para as esquisitices dos outros sem preconceito. Miranda July, a diretora, faz justamente o oposto. Venera cada mania de seus personagens. Nós, na platéia, nos sentindo bem. Tem outros estranhos por aí e isso é bom. Sou único, contudo não estou só.

Além de ser bonita, July é sensível e foge da armadilha. Não deixa que seus peões sejam definidos pela diferença. O respeito com que trata cada um deles é evidente. Nenhum é totalmente esperto ou estúpido. Ao final da projeção, temos a impressão que os conhecemos. Amigos de longa data. Esta empatia explica o sucesso do filme nos circuitos por onde passa.

“Eu, você e todos nós” fala do encontrar o outro. Amores possíveis e perdidos. Oportunidades que aparecem e não devem ser desperdiçadas. Gostar de alguém pelos problemas e não apesar deles. Entrega.

Um filme daqueles que se sai feliz. Com você mesmo e com o outro.

terça-feira, julho 25, 2006

Mal.

"RESFRIADO: é uma infecção aguda virótica (os rinovírus são os principais agentes causadores), geralmente sem febre, na qual as principais manifestações clínicas envolvem as vias aèreas superiores, com secreçao nasal (coriza) ou obstrução nasal como sintoma predominante.
Com a exposição ao agente, a infecção pode ser facilitada por fadiga excessiva, distúrbios emocionais e alérgicos.


GRIPE: é uma infecção respiratória aguda causada por um virus específico, denominado INFLUENZA, que ocasiona febre, prostação, coriza, tosse, dor de cabeça, dor de ganganta.
Geralmente ocorre como uma epidemia no inverno. Pode complicar com infecção bacteriana secundária que deve ser tratada com antibióticos. O vírus da influenza apresenta vários sorotipos e sofrem mutações de um ano para outro."


Tá. Então estou resfriado.

[texto retirado daqui]

Culpada.

O caso Von Richthofen finalmente acabou. Não vou aqui querer saber quem fez o quê nesta história macabramente cinematográfica. Quero examinar o sistema judiciário brasileiro. Vamos começar pelo final.

Foram condenados por 39 anos. Foi elogiado o juiz que não deu a pena máxima, porque neste caso os réus poderiam recorrer da decisão com mais facilidade. Como assim? Se levo a pior, melhor. Já que posso entrar com ações que levam à um novo julgamento. Pra mim isso não faz o menor sentido. Um tempo atrás no futebol também tinha isso. Era melhor levar um cartão vermelho do que o terceiro amarelo. O vermelho podia recorrer, o último amarelo a punição era automática. Muitos jogadores se aproveitaram disso. A minha lógica não compreende o porquê desta incongruência da lei.

Para chegarem ao culpado ou inocente, os jurados devem responder uma série de perguntas formuladas pelo juiz. Chamam isso de quesitos, como escola de samba. As respostas devem ser simples, sim ou não. Assim, o juiz vai contando os pontos. No final, ganha quem fizer o maior número. Parece um jogo, ou vestibular. Por apenas uma resposta, a filha quase é inocentada pela morte do pai. Se é para responder, respondam logo: Culpado ou inocente. Na lata. Sem conversa. Se é para conversar, deixem os jurados falarem entre si e chegar à um veredicto. Esse meio-termo dá muitas brechas, assim como o vestibular.

E tem o negócio do réu poder mentir. Isso mesmo! O réu pode mentir à doidado. Agora, se você for testemunha e é pego numa inverdade, pode ser processado por obstrução de justiça. Não é lindo? Um ladrão-assassino-estuprador diz o que quer. Os juristas se levantam e dizem: um réu não tem a obrigação de produzir provas contra ele mesmo. Pra mim, existe uma enorme diferença entre produzir provas e mentir. Porque ele não pode ficar simplesmente calado? Seria mais honesto.

Não sei se todos lembram, mas na primeira data marcada para o julgamento, os advogados de defesa simplesmente saíram do tribunal. Não estavam contentes com alguma decisão. Abandonaram o plenário. E não tiveram punição alguma. No mínimo uma multa deveria ser aplicada. Para diminuir os prejuízos que o Estado teve ao mobilizar todo mundo naquele dia.

A filha, antes de começar o julgamento, saiu e entrou da prisão várias vezes. Cada advogado interpretava a lei de uma forma, ela ia e voltava. Foi à praia, depois prisão. Fantástico, prisão. Parecia brincadeira. Sem graça.

O mais importante. Porque este julgamento demorou tanto para acontecer? São réus confessos. Todas as provas matérias já eram conhecidas. Até o zelador Edno sabe quais são. Porque um processo demora tanto tempo? Qual é a burocracia? Esta demora só demonstra o quanto de reformas o judiciário precisa. O Gugu, não foi punido pelo episodio PCC, pois o caso caducou. O lenga-lenga ajuda culpados e pune inocentes.

Advogado, você ainda vai precisar de um.

quarta-feira, julho 19, 2006

Novela.

A nova novela da globo começou com tudo! Colocaram um strip-tease de Arósio, com direito a nu, da cintura pra cima. E ainda exploraram o que a Winits tem de mais talentoso, o corpo - e de preferência com pouca roupa. É uma briga enorme pelos picos de audiência.

Se continuar assim, tem tudo para emplacar com o público masculino. Algo que ainda não aconteceu, já que os números se mostram menores que o sucesso anterior do mesmo horário. Pena que não estou em casa e não posso apreciar as belas da noite. Se estivesse, o ibope já teria aumentado um pouquinho...

segunda-feira, julho 17, 2006

O Super-homem também ama.

Que o Super-homem é um dos mais chatos super-heróis dos quadrinhos, todos nós sabemos. Ele pode tudo. Voa, tem visão laser, sopro gelado, vê através de paredes e ainda tem força descomunal. Aparentemente nada tem de humano.

Aí que está o pulo-do-gato. Neste novo filme, o diretor Brian Synger aposta que ele pode ser tão gente quanto a gente. Usa a visão de raio-x para espionar a amada. Dá uma voada pela cidade, com a bela nos braços, afim de seduzir a indecisa mocinha. Como qualquer homem faria. Um pouco cafajeste, já que Lois Lane se casou com outro e tem um filho, mas perfeitamente normal. Com uma cena de ação no começo, mais outra no final, o recheio da história é todo sobre o casal.

Synger já havia acertado a mão com os dois primeiros (e melhores) X-Men. Transformar o Homem de aço em carne e osso foi uma aposta novamente certeira. Além disso, se mostra hábil e mais experiente na narrativa. Sabe criar empatia com o espectador. Às vezes lhe dando o que se espera, em outras surpreende.

Apesar de Kevin Spacey roubar a cena toda vez que aparece, a escalação de um ator desconhecido para interpretar Clark foi correta. O que o Super-homem tem de mais poderoso imageticamente é sua roupa - e a famosa troca. Uma cara conhecida tiraria a força dos trajes.

Super-homem – aliás, Superman como querem agora – demorou mais de década para sair do papel. Vários diretores e atores passaram. Tim Burton e Nicolas Cage, por exemplo. A demora, neste caso, foi para melhor. É um filme pipoca que vale o ingresso. Diversão garantida.

69.

"Eu, você e todos nós" (Me and you and everyone we know)
dir: Miranda July;
com: Miranda July, John Hawkes, Miles Thompson e Brandon Ratcliff;
EUA.

terça-feira, julho 11, 2006

Inventário felino XIX: Dida.

Para Dida chegar em casa, dois acontecimentos ocorreram.
Primeiro, meu irmão resolveu sair daqui. Mudou para outra rua, outro cep, foi morar com um amigo. E como não podia deixar de ser, a nova moradia teria seus felinos. Entrou no site - adote um gatinho ponto com ponto be cerre – e escolheu seus preferidos. Até aí, nada de Dida aqui. Porém, ele chamou minha mãe querida para opinar sobre os órfãos.

Segundo, o Bôh sempre teve mania de dormir em lugares pouco usuais. Não queria a almofada, preferia o corrimão da escada. Caiu não sei quantas vezes. E não sei quantas vezes subiu de novo. De tempos em tempos ele achava um local novo para relaxar. Escolheu a chaminé da churrasqueira, infelizmente. De lá caiu apenas uma vez, a última. Era o único gato amarelo residente.

Então, minha mãe resolveu que tinha que ter um novo amarelo aqui em casa. E encontrou vários no tal site. Foi com a cara de uma, ligou e adotou. Entregaram ela com outro nome. A gata foi logo se esconder. Ficou escondida por um bom tempo e ganhou um novo título, Dida.

É uma gata que fica sempre perto da gente, mas não podemos encostar, se não ela sai em disparada. Dona L. é a única que consegue fazer uns carinhos vez ou outra. Tem o costume de ficar nos encarando com seus grandes olhos. Gosta de ficar ao sol e de brincar com outros felinos.

xiste.

Agora agüenta Zidane!
Aperta aqui e seja você um craque numa final de copa!

(pela dica, obrigado Cris!)

O que fica.

Zidane perdeu a cabeça. Ou melhor, encontrou-a no peito de um italiano. Pena ver a carreira de um grande jogador acabar desse modo. Dizem que o cara falou mal da irmã do francês, depois mandou para aquele lugar. E lá foi a careca no pulmão do sujeito.

Bom, temos que lembrar que Zinedine não é santo. Levou três amarelos nesta copa, ficou de fora da última partida da França na primeira fase. Em 98, se não me engano, também pegou uma suspensão. Não acredito que o gesto tenha definido a final. O jogo já estava em banho-maria. Ele provavelmente bateria um pênalti. Se converteria é outra história.

Na copa em que a tática e o empenho venceu a técnica e a arte, a Itália é merecedora do troféu. Nenhuma outra equipe reúne melhor estas características. Ainda teve a audácia no jogo contra a favorita Alemanha. Tetracampeã, com louvor.

E a FIFA já cria a tradição de pisar na bola na escolha do melhor jogador da copa. Escolheu Zinedine, mesmo depois da lambança. Em 98 foi Ronaldo, que teve convulsão e nada fez na final vencida pelos franceses. Oliver Kahn ganhou em 2002, quem não se lembra das falhas dele na final?

Acho que a imagem que define melhor esta participação brasileira, é a de Ronaldo fenômeno. Ele chegou cinco kilos acima do peso para começar os trabalhos na seleção. Quem quer ganhar não pode se apresentar tão fora de forma. Ainda mais sabendo do curto espaço para treinos. Foi comer kibes e esfihas nos Emirados, na semana que antecedia a apresentação. Depois ficou magoado com as declarações de Lula. Que o presidente fala demais todos sabem e desta vez acertou. Fecha a boca Fofômeno!

Depois da eliminação brasileira ficou claro pra mim que aquela união que todos pregavam era da boca pra fora. Um falando mal do outro. Culpando o companheiro. Tinha o grupo do pagode, o grupo da balada e o grupo dos crentes. Sem união, sem vontade e fora de forma, só se fossemos aliens mesmo para ganhar o caneco.

sábado, julho 08, 2006

Inventário felino dezoito: Tiana.

Apesar da insistência de um irmão, minha mãe não ficou convencida de que Maga era preta e branca. Que outra razão explicaria a adoção de Tiana? Uma gata alvinegra sem rodeios.

Todo mês temos que fazer comprar para os felinos de casa. Por costume e pelo preço – ou melhor pelo costume de procurar o mais barato -, vamos sempre à mesma loja. Numa destas, estava ali a pequena Tiana. Ela e mais uns irmãos para adoção. Dona L. nem deve ter pensado muito, segurou a gatinha e falou é minha. Voltou com comidas e mais uma boca para alimentar.

Tiana já não é pequena. Cresceu muito e deve ficar maior ainda. Pelo tamanho de suas patas ficará bem grande para uma fêmea. Sendo alvinegra, lembra o time de Parque São Jorge, daí virou Tiana. Felina alegre e brincalhona. Adora um colo, gosta de ser mimada.

De certa forma foi adotada pela Simone. Mas os motivos para tal, prefiro não contar. Só posso dizer que foi um acidente, envolvendo um casamento – que não é o meu, digo logo – e uma ida ao veterinário de madrugada.

quarta-feira, julho 05, 2006

Nem tudo é copa - 04.

Em outros gramados do mundo, está rolando Winbledon. O torneio de tênis mais chato do Grand Slam. Onde todos jogam de branco. A russa Maria perdeu nas semi-finais. Derrotada por uma francesa, que se parece com homem - ou travesti, dependendo da maldade.
Não quero ouvir falar de franceses, diria Parreira.
Sem a beleza loira da Srta. Sharapova, fica mais chato ainda.

les bleus.

Será uma final azul. Os franceses passaram por Portugal de Felipão. E, assim, derrotaram os brasileiros por duas vezes. Mas os patrícios venderam caro a eliminação.

Foi uma partida disputada e com poucas faltas. O jogo estava equilibrado quando Henry sofreu um pênalti. Prontamente convertido pelo Zinedine. Depois a França explorou os contra-ataques e Portugal tentou desordenadamente encontrar o gol.

O Lusos sentem falta de um bom finalizador. E Deco, o mago, sumiu. Deste jeito fica complicado. Os adoradores de queijos tem uma seleção velha, ficam sem fôlego ao final da partida. Porém tem classe e um grande cérebro, cada vez mais presente, que atende por Zizou. Se os portugueses marcassem no final, provavelmente levariam na prorrogação. Mas ‘se’ não joga bola.

Ninguém apostava nestas seleções. Itália e França surpreenderam. Poderia ser uma copa lembrada pela arte, caso a canarinho jogasse. Agora é uma competição que valoriza a aplicação tática. Será que vem um novo tetra ou outro bi? Domingo saberemos.

terça-feira, julho 04, 2006

deu azzurra.

Em um dos jogos mais disputados desta copa, a Itália derrotou a anfitriã, marcando dois gols na prorrogação. Não foi bonito - e na verdade faltam belos jogos neste mundial -, porém foi aguerrido. Teve garra de ambos os lados para compensar a falta de técnica.

No tempo extra, quando esperávamos um jogo fechado e de poucas chances, Lippi, técnico italiano, arriscou. Colocou sua seleção azul pra frente. Deu certo, antes de marcar já tinha metido duas bolas na trave alemã. Abriu o jogo, levou um ou outro susto, mas ganhou a vaga na final.

Honestamente, espero que todos da comissão técnica e jogadores da nossa seleção canarinho, tenham assistido esta partida. E aprendido que sem vontade e sem audácia, dificilmente se ganha uma copa do mundo.

domingo, julho 02, 2006

França.

Desculpem a fineza. Mas levamos uma baguetada no rabo. E quem nos enfiou foi um velho conhecido. Zinedine. O pior foi a impressão de que estávamos gostando. Ficamos de quatro, ele só teve o trabalho de penetrar.

Não culpo o Parreira por completo. Ninguém muda do dia pra noite. Seus times sempre foram burocráticos e cautelosos. Quem o colocou no cargo sabia o que esperar. Porém ele não conseguiu motivar uma seleção que – praticamente – já conquistou tudo. Como ele foi capaz de fazer com o grupo de 1994. Os jogadores pareciam unidos fora de campo, em rodas de samba e brincadeiras nos treinos. Dentro das quatro linhas, no entanto, fugiam uns dos outros.

No gramado, os craques pareciam desinteressados. Gastaram toda a arte nos comerciais. Poucos corriam, nenhum abria espaço. Era como se estivessem ali por obrigação. Batendo ponto. Bocejando. Poucos se salvaram, Dida, Lúcio e Juan. Justamente aqueles que olhávamos com desconfiança. Ainda temos que ouvir nas entrevistas pós-jogo, Ronaldo dizer “Futebol é assim mesmo. Se ganha e se perde”. Sim, fenômeno, qualquer esporte lida com estes sentimentos. O que não dá pra entender é perder passivamente.

C´est fine. Faltou alma. Faltou empenho. Faltou garra. Faltou vergonha na cara. Faltou entrega. Faltou futebol, enfim. E sobrou a baguete pra gente sentar.