em Paris.

- levanta e sacode a poeira -

Paris deve estar um pouco triste hoje.
Maria Sharapova perdeu no saibro de Roland Garros. Eliminada do torneio pela belga Justine Henin-Hardenne. 6/4 e 6/2. A russa nunca ganhou o torneio francês.
Uma pena.
Só mesmo as suas longas pernas fazem sombra a torre Eiffel...

Eleição.

- a australiana passou a coroa para a canadense -

Acompanhei ontem uma emocionante eleição. Miss Universo 2005. Uma pena que só peguei as duas últimas partes. Perdi o desfile em traje de banho.

Das cinco finalistas, ganhou a minha favorita. A canadense. Natalie Glebova. Morenaça! Segundo as analistas da Bandeirantes, ela mereceu a vitória pela resposta que deu à pergunta final. Qual a diferença entre homens e mulheres? É, vitória de miss depende do debate também. Imagino políticos desfilando em trajes de banho... Ugh!

Não sei exatamente o que faz uma miss. Mas acho pretensão demais chamar de Universo. Nem sabemos se existe vida em outro planeta. E se existir, não deveria ao menos ter uma representante e um jurado?

Miss Canadá recebeu a coroa e o reinado da Miss Austrália, que ganhou em 2004. Jennifer Hawkins. Se fosse possível uma re-eleição, votaria na representante dos cangurus. One more year! One more year! One more year!

Mr. Chan ataca novamente.

- hummm... isso parece... -

Chan continua longe. Mas mandando notícias.
Mais um cartão apareceu em minha porta.
Desta vez sem mulheres.
Uma pena.
Estava curtindo conhecer as maravilhas da Oceania...

81

"Melinda e Melinda" (Melinda and Melinda)
dir: Woody Allen;
com: Radha Mitchell, Chloë Sevigny e Will Farrell;
EUA.

Brazucas.

- areia, fruto e quilo -

Três filmes. Três dias. Brasileiros. Bendito fruto. Casa de areia. Quanto vale ou é por quilo. Bem diferentes. Comédia romântica. Drama. Crítica social. Bem brasileiros.

Na lata, o melhor: Bendito fruto. Filme leve. Mas tem o que dizer. Romântico. Sem ser tão óbvio. Bons personagens. Bons atores. Questiona alguns problemas sociais sem ser ditador. A boa vontade compensa os defeitos.

Casa de areia. Conspiração filmes. Isso é bom. Conhecem a técnica como poucos. Isso é ruim. Só técnica não faz um filme bom. Tem muita Fernanda. O tempo cinematográfico flui diferente do tempo geográfico. Isso causa um estranhamento. Fica aquém do que promete.

Quanto vale... Apocalíptico. Neurótico. Por vezes chato. Ingênuo. Muita idéia. Pouca história. Atira para todos os lados. Os acertos ficam diluídos nos erros.

É bom ver que cada vez mais filmes nacionais entrem em cartaz. Uma pena não ver diretores novos aparecerem. Dos três, apenas Goldenberg (Bendito...) é um desconhecido. Andrucha e Bianchi são velhas raposas.

Estas opções ecléticas são um prato cheio para quem curte o cinema nacional. E para aqueles que torcem o nariz, é uma boa chance de mudar de idéia.

78, 79 e 80

"Tentação" (We don't live here anymore)
dir: John Curran;
com: Laura Dern, Mark Ruffalo, Peter Krause e Naomi Watts;
EUA.

"Tortura selvagem - A grade"
dir: Affonso Brazza;
com: Affornso Brazza, Digão, Rodolfo e Zé do Caixão;
Brasil.

"Camelos também choram" (Die geschichte vom weinenden kamel)
dir: Byambasuren Davaa;
com: Janchiv Ayurzana, Uuganbaatar Ikhbayar e Chimed Ohin;
Mongólia.

77

"Quanto vale ou é por quilo?"
dir: Sérgio Bianchi;
com: Herson Capri, Silvio Guindane e Cláudia Mello;
Brasil.

Transporte público.

- de metrô -

A porta abre. Entro. Sento. Toca o sinal. A porta fecha. Só então percebo do meu lado esquerdo dois caras de preto. Brincos. Argolas. Pulseiras. Anéis. Cabelo comprido. Não são viados. São o futuro do rock nacional.

Conversam como se estivessem sós. Não fosse a minha presença e da gordinha de rosto bonito sentada na minha frente, estariam. Fazem planos. São ambiciosos. Querem conquistar o Brasil todo.

Você acha que os titãs fazem rock? Que o Lulu Santos faz rock? Vociferam os cavaleiros de negro. São novos. Tem uns vinte no máximo. Querem derrubar o poder. E tem idéias para isso. Um plano na cabeça.

Pegamos várias influências. Daqui, dali e misturamos tudo. Ninguém vai perceber. Roubamos dos gênios e seremos gênios. Dão risadas. Como vilões em filmes B. Mas são caras sérios. Comprometidos com a qualidade musical.

Meu, a gente tem que levar isso a sério. Não faremos música para comer gatinhas. Tem que ter qualidade. Tem que ser bom. Fiquei imaginando como seriam as composições deles anteriores a este momento. Ainda bem que a ficha caiu. Sorte do rock. Azar das gatas.

A gordinha de traços belos sai do vagão. A gente já está bem na fita. A menina não parava de olhar pra gente. Sério? A gordinha? É! Olha lá, ela vai virar e olhar pra gente. Nem lançaram o primeiro álbum e já tem o primeiro fracasso. Ela não vira. Nem joga o cabelo pra trás fazendo charme. Sobe as escadas. E deixa os roqueiros frustrados.

Depois disso, um tempo de silêncio. Olham para os lados. Suspiram. Desceram na outra estação. Andar deve ter ajudado. O futuro voltou a animá-los. Voltaram a sorrir. E conversar. Planos geniais. Boa música. Guitarras. Dominação mundial.

Eu continuei a viagem. Feliz em saber que o rock brasileiro estava em boas mãos.

76

"Casa de areia"
dir: Andrucha Waddington;
com: Fernanda Montenegro e Fernanda Torres;
Brasil.

75

"Bendito fruto"
dir: Sérgio Goldenberg;
com: Otávio Augusto, Vera Holtz, Zezeh Barbosa e Camila Pitanga;
Brasil.

Açucar e canela.

Ontem.
Chove lá fora.
E aqui... estou comendo bolinhos de chuva.
Ser vagabundo tem suas recompensas.

guerra nas estrelas.

- R2, virei sucata nestes modernos passados! -

Chegou ao fim. Pelo menos para mim, que vi o Episódio 3. Agora podemos sentar um dia e assistir todos os seis de uma vez só. Como sugeriu um amigo. Ver as diferenças entre os primeiros e os últimos. Que não são poucas.

De cara, salta aos olhos a tecnologia. Na trilogia de setenta, maquetes, stop-motion, bonecos, fios. Na atual, fundo verde e computador a beça. Lado positivo. Com os chips de hoje a imaginação pode correr a vontade. Criar o cenário que quiser. Lado negativo. Tudo fica fake demais. Limpo. Digital. Frio. Meio Hans Donner. O mestre Yoda melhorou muito, mas ver o boneco até era divertido. C3PO levou a pior, fica parecendo uma sucata ao lado dos robôs digitais.

Sexo. Aqui também a diferença é grande. No quatro, cinco e seis, havia uma relação Dona Flor entre Luke, Hans e Leia. É bom lembrar que dois destes são irmãos. E como esquecer a princesa de cabelos em caracol, encoleirada pelo Jabba e biquíni? Um, dois, três. Nada disso. Apenas beijos apaixonados. Muito pano. Padmé fica grávida justamente entre um e outro episódio. Sem graça.

Este episódio 3 é o melhor desta nova safra. Até porque os dois anteriores são bem fracos. É neste que acontece tudo que queríamos saber. Nascem os gêmeos. Surge Vader. Jedis são extintos. Os dois primeiros filmes são dispensáveis para quem já viu os três últimos. Personagens como Mace Windu, Jar Jar Binks e Qui-Gon, são descartáveis. Petiscos. Apenas distraem nossa atenção até o prato principal chegar.

Os três primeiros-últimos George Lucas dirigiu. Já nos outros últimos-primeiros, ele abriu mão de dois. Senti falta desta arejada. Permitir que outros abordem sua obra pode fazer bem. O olhar de fora é útil. Além disso, Lucas não é habilidoso com os atores. Até alguns seres 3-D são canastrões.

Algum dia, no futuro, aceitarei a sugestão de meu conhecido. Assistirei todos os seis. Um depois do outro. Talvez isso faça bem aos primeiros. Ou mal aos últimos.

74

"Star Wars - Episódio 3: A vingança dos Sith" (Star Wars - Episode 3: Revenge of the Sith)
dir: George Lucas;
com: Ewan McGregor, Natalie Portman e Hayden Christensen;
EUA.

Atrizes.

- Lindsay, a mais novinha -

Já deu pra perceber que vou muito ao cinema. Dizem que vejo TUDO que está em cartaz. Exagero. Alguns passo longe. Outros não dá tempo, são sempre a segunda opção, nunca ficam em primeiro.

Mas o que diferencia o filme que quero ver de um que prefiro deixar para depois?

Uma série de motivos. Levo sempre em conta a atriz. A mulher que vou olhar nas próximas duas horas. Admirando. Já foram Gwyneth Paltrow e Cameron Diaz. Hoje são (em ordem alfabética, pra ninguém brigar):
. Anna Mouglalis – Francesa, sorriso maroto.
. Chloe Sevigny – Desde Kids, fico de olho nela;
. Eva Green – Bela morena. Quero ver mais.
. Gillian Anderson – Arquivo X me marcou.
. Iben Hjejle – Dinamarquesa, traços fortes.
. Lindsay Lohan – Tem que ter uma mais novinha.
. Naomi Watts – Obrigado Lynch.
. Rachel Weisz – Charme, simpática, discreta.
. Sarah Polley – Loira, jeito de menina do lado.
. Scarlett Johansson – Bocão, sexy na medida certa.

Kidman, Portman e Jolie, estão sempre em cartaz, então não me preocupo. Ainda posso citar Juliette Marquis que vi numa mostra, mas depois nunca mais. Ela é fantástica.

Quem nunca viu alguma delas, aconselho a procurar. Quando encontrar, me diga o que achou.

Não estou só.

Esta semana descobri que não sou o único tarado nesta rua.
As vizinhas da frente gostam de me ver trocar de roupa.
Se cobrar, elas pagam?

72 e 73

"Cruzada" (Kingdom of Heaven)
dir: Ridley Scott;
com: Orlando Bloom, Eva Green e Liam Neeson;
EUA.

"A vida marinha de Steve Zissou" (The life aquatic with Steve Zissou)
dir: Wes Anderson;
com: Bill Murray, Owen Wilson, Cate Blanchett, Willem Dafoe e Anjelica Huston;
EUA.

71

"Coração selvagem" (Wild at heart)
dir: David Lynch;
com: Nicolas Cage e Laura Dern;
EUA.

pelo buraco da agulha.

- sombras -

Ou Pin-Hole, para os entendidos.
Nesta, dá pra ver a sombra da fantástica lata.
Minha fiel companheira nestes últimos dias.
Se quiser ver outras, esfregue o mouse aqui.

70

- o cartaz é bonito -

"Brown bunny" (The brown bunny)
dir: Vincent Gallo;
com: Vincent Gallo e Chloe Sevigny;
EUA.

living-dead.

Ontem finalmente terminei a trilogia. Não, não foi Star-Wars. A trilogia dos mortos-vivos, de George A. Romero. Night of the living-dead. Dawn of the dead. Day of the dead. Ainda este ano ele deve lançar o Land fo the dead. Trilogia como os três mosqueteiros.

Gostaria de ter assistido quando estava na faculdade. Fazer um trabalho para aquele professor que acha Ano passado em Marienbad genial. Obrigaria ele a assistir...

Sempre curti morto-vivos. Desde que vi O retorno dos mortos-vivos. Prefiro eles aos vampiros, lobisomens e chupa-cabras. Talvez por terem sido criados para a sétima arte. E viverem unicamente nela. Meu amor pelo cinema espelhado nestes monstros.

Romero consegue explorar muito bem a criatura. São tramas bem diferentes. Muito críticas. Night, algumas pessoas ficam presas numa casa e tentam sobreviver ao ataque. Não por acaso estas pessoas representam os EUA. Dawn, paulada na sociedade de consumo. Pessoas presas num shopping. Mortos-vivos do lado de fora. Day, bordoada nos militares e nos cientistas. A figura de Bub, o morto-vivo domesticado é uma poesia bela e doente. Land... espero com ansiedade.

O grande negócio é que Romero não fica nos sustos. O ambiente e os personagens são mais interessantes e destacados. Os mortos-vivos são extras. O principal problema não está neles. Está nos vivos.

Agradeço a André ZP pelo empréstimo dos DVDs de Dawn e Day. Valeu!

69

"Bom dia, noite" (Buongiorno, notte)
dir: Marco Bellochio;
com: Maya Sansa e Luigi lo Cascio;
Itália.

Fui descoberto.

- hummm -

Sou novo nesse negócio. Não conhecia spam em blog. Novidade. Irritante.
Meu post chamado "67" foi atacado. Espero que isso fique por ali.
Gostaria de entender como é possível. E por que alguém programa um computador para fazê-lo. Spam em blog.

Será que existem empresas que acreditam que isso funciona?
Será que são nerds sem nada melhor para fazer?

Alguém mais já foi vítima?

Cacau.

Sobremesa dos Deuses!
Mousse de chocolate com sorvete de chocolate mais raspas de chocolate.

O inferno deve ser um lugar sem chocolate.

68

"O segredo de Vera Drake" (Vera Drake)
dir: Mike Leigh;
com: Imelda Staunton e Richard Graham;
Inglaterra.

67

"Meu tio" (Mon oncle)
dir: Jacques Tati;
com: Jacques Tati e Jean-Pierre Zola;
França.

Barcelona.

- bela barça -

Se fosse escolher outra cidade para morar, seria aqui.
Parabéns pelo campeonato e por sua beleza.

[Mais fotos da cidade? Aperta aqui.]

contra-mão.

Hoje, digital.
Câmeras em todo canto. Pequenas. Celular. Simples. Flash espoca todo segudo.
Espanto causo eu. Com minha latinha. Fotos manuais. Imprecisas. PB. Pouco controle.
Zero e um. Aperto o botão. Foto pronta.
Cristal de prata. Cortar papel. Posição. Calcular tempo de exposição. Cinco minutos. Voltar pra casa. Revelar. Mais 5 minutos. Pronto.
Mas ficou bom?

me divirto muito mais com a latinha...

64, 65 e 66

"The fog - A bruma assassina" (The fog)
dir: John Carpenter;
com: Jamie Lee Curtis e Janet Leigh;
EUA.

"Dr. Phibes Rises Again" (Dr. Phibes Rises Again)
dir: Robert Fuest;
com: Vincent Price;
Inglaterra.

"Scanners - Sua mente pode destruir" (Scanners)
dir: David Cronenberg;
com: Jennifer O´Neil e Stephen Lack;
Canadá.

p. leminski 3

alguém parado

é sempre suspeito

de trazer como eu trago

um susto no peito,

um prazo, um prazer, um estrago,

um de qualquer jeito,

sujeito a ser tragado

pelo primeiro que passar

parar dá azar

63

"Queda! As últimas horas de Hitler" (Der untergang)
dir: Oliver Hirschbiegel;
com: Bruno Ganz e Alexandra Maria Lara;
Alemanha.

Everything´s OK.

- fenômeno a cara do reverendo -

É o que meus ouvidos estão captando nesses dias.
Reverendo Al Green, "Everything´s OK".
Soul novo. Com jeitão de clássico. Vozeirão. Metais.
Para balaçar a pança. Seja na pista. Seja na intimidade.
Recomendo. Compre. Baixe. Escute.

vai vadiar, vai vadiar...

o galo cantou. vai vadiar, vai vadiar!
tomei nescau. pedaço de bolo. um pão.
gatos famintos. comida neles.
felinos comendo. vai vadiar, vai vadiar!

sentei. caguei. li jornal.
cortei cabelo. tira mais. um pouco mais.
pensei no dia. vai vadiar, vai vadiar!
conexão. hotmail. gmail.
almoço. tevê. vai vadiar, vai vadiar!

música. soneca.
palestra. último minuto.
trânsito. vai vadiar, vai vadiar!
dvd. microfone. cartazes.
tédio. vai vadiar, vai vadiar!

jantar. pai. explicações.
sanduba. fritas. sem coca.
pepsi. vai vadiar, vai vadiar!
ipiranga. vai vadiar, vai vadiar!

amigo. sinuca. tarde.
madrugada. vai vadiar, vai vadiar!
dia foi. não vadiei.
amanhã. vou vadiar, vou vadiar...

dead man walking.

Cheguei e o ambiente estava pesado. Me olhavam como se estivesse morto. Cuidado.
Sabia que estava marcado. Disparos viriam em minha direção. Mr. M. estava psycho.
Contudo, confiava na minha habilidade. Sairia machucado. Atordoado. Hospitalizado. Mas ainda vivo.
Errei.
Feio. Mr. M. me chamou. Senta. Não podemos mais contar com os seus serviços. A situação ficou insustentável.
Bang! No meio da testa.
O olho da rua me chamou. A vadiagem me convocou.
Velho. Tarado. E agora mendigo.
Cancelaram a procura pelo silêncio. Não mais minuto.
Vão se os empregos, ficam as amizades. Com o A., a L., a J. e a A., espero manter contato.
A L. me deve um bolo.
O A. me emprestou bons filmes, preciso devolver.
A J. está com meu queridinha, tenho que recuperá-lo.
A A. simplesmente gosto de atazanar.
Esta fonte secou. Ainda não tenho sede. Mas não sou camelo.
Preciso começar a andar. Apesar do buraco na testa...

Sem som.

- não faça barulho -

Mr. M. hoje me pediu para procurar silêncio.
Silêncio. Onde vou achar?
Alguém pode me ajudar?
Um minuto de silêncio para Mr. M.

p. leminski II.

que dia é hoje?

Um dia, eu soube

hoje me foge

62

"Old Boy" (Old Boy)
dir: Chan-Wook Park;
com: Min-Sik Choi e Ji-Tae Yoo;
Coréia.

60 e 61

- ingressos -

"Refém" (Hostage)
dir: Florent Emilio Siri;
Com: Bruce Willis;
EUA.

"A outra face da raiva" (The upside of anger)
dir: Mike Binder;
Com: Joan Allen e Kevin Costner;
EUA.

the day after.

Hoje começou ruim ontem. Mas ontem não é o assunto deste.
Hoje foi ruim. Pesado. Devagar. Como se tudo fosse reflexo de ontem.
Parece que fiz muito. Mas nada saiu do lugar.
Corri e não cheguei a lugar algum.
O peso de ontem acabou com o meu hoje.

mais um miau.

São 16 residentes e 01 que visita com freqüência.
E não é que aparece outro...
Colocamos pra fora. Volta.

Alguém perdeu um gatinho?

Beach Bums.

- austrália ao natural -

Flávio Chan foi para terra dos cangurus tentar outras sortes.
Já viveu grandes aventuras. Viverá outras mais.
No meio do caminho me envia postais.
Este é o terceiro. Recebi hoje.
Finalmente acertou na foto.

p. leminski.

A quem me queima

e, queimando, reina,

valha esta teima.

Um dia, melhor me queira.

[extraído de "la vie en close", editora brasiliense]

59 e 01 livro.

"O cárcere e a rua"
dir: Liliana Sulzbach;
Brasil.

"la vie en close", de Paulo Leminski;
editora brasiliense.

Sinuca.

- ela não estava lá -

O dono é boliviano. Última mesa livre. Parece boliviano. Pedimos bolas numeradas. Apelidamos de boliviano. Sempre jogamos aqui.

Escolho o primeiro taco que pego. Testo ele na mesa. Parece O.K. Me sinto estranho. O lugar está cheio. A música alta demais. As pessoas falando demais.

O jogo começa. Ele sempre mata as primeiras bolas. Isso não me preocupa. Chegam uns caras. Ficam esperando uma mesa vagar. Esperando e olhando o nosso jogo. Estou jogando mal. Muito mal. Preciso me concentrar. Escuto eles sussurrando risadas. Será que estes chupadores-de-pica não podem olhar para o outro lado?

Bola fácil. Errei. Na boca. Errei. Só uma casquinha que entra. Errei. Bate de leve. Errei. Com força, ela cai. Acertei. Mas a branca vai junto...

Concentração.
Eu entrei, minha cabeça ficou do lado de fora.

No som, uma rádio de clássicos. Ao meu lado, um cara que sabe todas as músicas de cor. E faz questão de mostrar. Não contente em cantar, imita os trejeitos. Bowie, Page, Osbourne, Mercury, Hendrix, Plant. Amaldiçôo todos! Por que rock star faz tantas firulas? Qual o telefone desta rádio? Vou ligar e pedir uma música que ele não conheça!

O taco espanou. Falta giz. Espanou de novo. Giz. Mais giz. Vocês já escutaram um taco espanar? O barulho é horrível. O som do fracasso deve ser este. Na terceira vez, é pior ainda. Será que passei giz demais?

Moleque. 18 anos. 150 quilos. Se ele parar de comer hoje, tem calorias suficientes para viver os próximos dezoito anos. Que andar patético. Não sei o que é pior, quando ele está sentado ou de pé. Não, já sei! O pior é o meio do caminho. Quando se levanta ou senta. Ver aquela banha toda se acomodar, procurar espaço, balançar, a força para sustentar, procurar um apoio. Este sujeito deveria praticar outro esporte.

Bola branca. Já perdi a conta de quantas vezes encaçapei. Acho que as caçapas ficam maiores quando vêem a cor branca.

Cabeça pequena. Corpo grande. Loira. Que figura estranha. Tem um belo corpo. Pernas grandes, peitos grandes. Alta. Porém, uma cabecinha. Minúscula. Parece que fizeram voodoo com ela. E daquela mini boca só poderia sair uma voz irritantemente aguda. A desproporção dela atrapalha meu jogo profundamente.

Zen. Preciso ser. Respirar fundo. Lembrar da Hortência no lance-livre. Soltar o ar. Procuro o silêncio na algazarra. Fechar os olhos e puxar o ar. Cheiro de batata frita. Oleosa. Foi o pequeno elefante que pediu?

Com as bolas pares. Derrota.
Com as bolas impares. Derrota.
Perdi todas as partidas.

Jogamos uma hora. Vamos jogar mais uma? Nem a pau! Quero sair correndo daqui. Pode ficar com o troco.

Fora. Ar. Livre. Garoa.

Sensei Jorge.

"Se você tem tempo para ler e escrever em blogs ou fóruns, vá treinar, que está faltando treino."

[retirado de 'Shin Hagakure', Conrad Livros]

Avenida Dropsie.

- programa da peça -

Fiquei 3 horas na fila. A peça começa às 20h. Cheguei 16h43. É de graça, então lota.
É uma peça baseada nas histórias de Will Eisner. Não sabe quem é? Seu herege!
Teatro mais visual que falado. Muito bom. Muito bem produzida.
Consegue passar um pouco do prazer que é ler Eisner.
Dá chance para quem não o conhece ter um primeiro contato. Se for esperto, procurará ter muitos outros contatos.

Avenida Dropsie.
Teatro Popular do SESI.
Sábados às 20h Domingos às 19h.

Vá!

dois livros.

Comprei dois livros.
Shin Hagakure - Pensamentos de um samurai moderno
de Sensei Jorge Kishikawa

Uma história de Sarajevo
de Joe Sacco

Ambos da Conrad Livros.
Sensei Jorge tem uns pensmentos interessantes. Outros nem tanto.
Joe Sacco deveria ser leitura obrigatória nas escolas. Seus HQs, além de muito bonitos, explicam - mehor que qualquer coisa que já vi ou li - as guerras atuais. Quem pensa que quadrinho e coisa de criança deveria lê-lo. E quem não pensa também!