depois de velho, continuou tarado.

segunda-feira, abril 03, 2006

Na garupa.

Semana passada lembrei algumas vezes de “Caro diário”, filme de Nanni Moretti. Andei de moto pela cidade, na garupa da honda biz de um grande amigo. Percebo a intenção do diretor italiano ao fazer aquele longos planos dele, em cima de sua lambreta, rodando pelas ruas italianas. Claro que uma biz em São Paulo, não é um lambreta em Roma. O sentimento, porém, parece ser o mesmo.

Eu nem sei andar de bicicleta. Pra mim moto é coisa de maluco. É feito pra tombar. Mesmo assim subi na garupa. A impressão que tive é que tudo fica mais próximo, as pessoas, os carros, os poste, a cidade. Não existe um vidro, um capô, uma barreira entre a nossa pele e o concreto. É tudo mais direto. Você fica exposto à cidade, em contrapartida a cidade também fica mais desnuda.

Andando por entre os carros, acreditamos que a cidade é nossa. Podemos fazer tudo. Nada ali me pertence, mas tudo parece ser meu. Entendo melhor o que sente um motoboy. Por que eles são tão folgados. Invadimos o território dele. Viver isso 24 horas por dia - com certeza - faz mal pra cabeça de qualquer um.

Não sei quantas vezes mais serei uma caixa d´água na garupa de um amigo. Mas posso dizer que achei divertido. Apesar do capacete amassar meu penteado.

4 comentários:

wicca disse...

uma caixa d'água experiente, já! :)

Anônimo disse...

Motoboy de SP bom é motoboy de SP MORTO E ESTUPRADO. Tá pra nascer gente mais filha da puta, folgada e desgraçada. Falei.

Fabrizio Fernandes disse...

aê gomes. fazendo fãs a torto e a direita?

Flavs disse...

Viu? Devia ter feito isso antes!