Semana passada lembrei algumas vezes de “Caro diário”, filme de Nanni Moretti. Andei de moto pela cidade, na garupa da honda biz de um grande amigo. Percebo a intenção do diretor italiano ao fazer aquele longos planos dele, em cima de sua lambreta, rodando pelas ruas italianas. Claro que uma biz em São Paulo, não é um lambreta em Roma. O sentimento, porém, parece ser o mesmo.
Eu nem sei andar de bicicleta. Pra mim moto é coisa de maluco. É feito pra tombar. Mesmo assim subi na garupa. A impressão que tive é que tudo fica mais próximo, as pessoas, os carros, os poste, a cidade. Não existe um vidro, um capô, uma barreira entre a nossa pele e o concreto. É tudo mais direto. Você fica exposto à cidade, em contrapartida a cidade também fica mais desnuda.
Andando por entre os carros, acreditamos que a cidade é nossa. Podemos fazer tudo. Nada ali me pertence, mas tudo parece ser meu. Entendo melhor o que sente um motoboy. Por que eles são tão folgados. Invadimos o território dele. Viver isso 24 horas por dia - com certeza - faz mal pra cabeça de qualquer um.
Não sei quantas vezes mais serei uma caixa d´água na garupa de um amigo. Mas posso dizer que achei divertido. Apesar do capacete amassar meu penteado.
depois de velho, continuou tarado.
segunda-feira, abril 03, 2006
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4 comentários:
uma caixa d'água experiente, já! :)
Motoboy de SP bom é motoboy de SP MORTO E ESTUPRADO. Tá pra nascer gente mais filha da puta, folgada e desgraçada. Falei.
aê gomes. fazendo fãs a torto e a direita?
Viu? Devia ter feito isso antes!
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