Gostaria de fazer um paralelo entre dois filmes cujo o mote principal é o amor versus a sociedade. “Apenas um beijo”, de Ken Loach e “O segredo de Brokeback mountain”, de Ang Lee.
No primeiro, um paquistanês briga com sua família inteira para poder amar uma irlandesa. Em “O segredo...”, dois homens escondem um forte sentimento, para viver em paz com a sociedade. O filme de Loach se passa nos dias de hoje, Lee nos transporta para os anos 60 em sua história.
Em pouco mais de quarenta anos, o mundo mudou muito. Ontem aceitava-se resignado que uma paixão fosse proibida, atualmente vira-se o mundo de pernas pro ar para poder se amar. Será que não estamos escutando muitas canções de amor? Será que o amor não é supervalorizado?
Todos desejamos que nossas vidas tenham um final feliz, como um filme. Na sala escura, a história acaba quando o mocinho conquista a mocinha. Na vida real, temos de passar um par de anos ao lado daquela pessoa. Não existe um instante de amor. Ninguém vem subir nossos créditos. Amor na tela dura dez minutos, na terra tem que durar mais.
Talvez o que manteve o amor dos cowboys sempre aceso foi a proibição, a dificuldade. O fato de não poder ser exclusivo no cotidiano. Não sei quanto durará o apego entre a loira irlandesa e o moreno paquistanês. Que seja eterno enquanto dure. Mesmo que esta eternidade dure apenas alguns meses? Muito pouco para uma palavra tão bonita e forte, não é?
Num filme político, tudo deve ser contado como se fosse documental. O palavreado, as ações, a burocracia – enfim -, a realidade projetada será muito próxima da realidade que vivemos. Num filme romântico não. Acidentes improváveis, anjos descem à terra, vizinhos enxeridos, tudo conspira para que o amor aconteça.
A conclusão óbvia é que filmes são apenas filmes. Não devem ser levados a sério. A vida real é bem diferente. Sim, todos sabemos disso. Ainda assim, vivemos à procura de um amor de cinema.
depois de velho, continuou tarado.
terça-feira, fevereiro 14, 2006
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Um comentário:
muda meu link ai que eu matei o blogo
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