depois de velho, continuou tarado.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Os mortos de Martin.

Por mais contraditório que pareça, os mortos tem movimento. Prova disso está em “Os Infiltrados”. Aqui não existe aquela figura clássica do morto. Ali esticado, com pequenas manchas de sangue. Martin Scorsese transforma os mortos em figuras dinâmicas.

Nem pense que é algo como em “Um morto muito louco”. Estou dizendo que os mortos caem como sacos de batatas aberto. Não só se espatifam no chão, também espalham seus membros e líquidos. São cadáveres dinâmicos. Todo o ambiente está maculado por aquele corpo. Apesar de inerte, presente.

E as mortes são rápidas. Tiros certeiros. Bang! Sangue jorrado. Squirt! Corpo no chão. Ploft! Numa fração de segundo. Deixam frases incompletas. Ações por fazer. A morte não avisa. Chega e pronto. Já era. Antes vivo, agora morto. Numa fração de segundo define-se quem mantém o coração pulsando. Se não ficar esperto, você será o próximo.

Tudo se define nas primeiras cenas do filme. Entre ser policial ou criminoso, Frank interpretado por Jack diz: “Quando se está com uma arma apontada pra você, qual a diferença?”. A diferença não está na posição e sim na velocidade em puxar o gatilho.

“The departed”, no original, significa “que partiram”. Ou, menos poeticamente, os mortos. E para Martin as pistolas rápidas deixam os mortos dinâmicos.

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