depois de velho, continuou tarado.

domingo, agosto 06, 2006

do Kung-fu à Malandragem.

Madrugada. Estava pulando de canal em canal. Vi Samuel L. Jackson, falava sobre filmes de kung-fu. Parei de pular. Era um belo documentário. Mostrava toda a história dos filmes de pancadaria. Desde os tempos mudos até os afrescalhados atuais.

Se um dia você passar pelo canal CineMax e tiver a sorte de repetir, pare e assista. No começo o cinema era visto como uma arte menor. No teatro oriental, só homens entravam no palco. Papéis femininos eram interpretados por machos. Na tela grande foi o contrário. Só mulheres se sujeitavam. E vendo aquelas mulheres - pulando e dando porrada - como homens, em preto-e-branco, mudas, fiquei pensando no cinema brasileiro.

Lá na China, desde cedo o cinema era feito para as massas. Encher as salas. Era coisa popular. Ricos iam ao teatro. Cinema era para ralé. Aqui, não foi tão diferente. Quem queria ver um filme, ia ao circo. Ao lado da mulher-barbada, uma projeção dentro de uma tenda escura e quente. Então por que vemos a cultura chinesa impressa em prata e a nossa não?

Acho que faltou um cara esperto. Alguém que quisesse produzir filmes brasileiros para brasileiros. Um Policarpo da sétima-arte. Eu sei que teve um cara que foi pra Amazônia filmar flora, fauna e índios. Que foi um aventureiro, um cara único, que conseguia revelar filmes numa precariedade suada. Houve também quem filmasse São Paulo e seu dia. Que já era corrido e cinza. Outro ali. Mais um acolá. Contudo, faltou um visionário. Aquele que quisesse ganhar muito dinheiro. Lucrar com o imaginário do Brasil.

Isso só foi acontecer realmente com o Mazzaroppi. Já eram os anos 50. Perdemos tempo. E mesmo assim não houve uma indústria, por assim dizer. Foi uma época de ouro. Que acabou e demoramos para chegar na era de prata – se é que chegamos. Um ou outro filme levou muito público. Dona flor, por exemplo. Nunca houve uma seqüência. É bissexto.

Acredito que até hoje sentimos falta daquele esperto. Que não apareceu lá no começo. Para criar o hábito. De fazer e de se ver filmes brasileiros. Sofremos por que malandro não tem visão de futuro.

2 comentários:

Fabrizio Fernandes disse...

poderias começar mandando o roteiro mesmo.
e parar de assistir televisão!
e ganhar uma libertadores!!!
e também levar a caverninha pra passear!!!!!
e comprar mais um gato!!!!!!!
por enquanto tá bom...

wicca disse...

sei que não tem muito a ver com isso, mas... parece que o curso com o zé do caixão foi bem bacanão! : )