Fraque. Sacristia. Noivo. Noiva. Igreja. Padrinho de casamento. Estas palavras não fazem parte do meu vocabulário. Mas desde ontem começam a aparecer em minhas conversas. Amanhã, Vestirei um fraque. Esperarei a hora de entrar na sacristia. Farei piadas com o noivo. Trocarei sorrisos – respeitosamente - com a noiva. Serei padrinho de casamento pela primeira vez.
Ainda não entendo porque as pessoas casam. Falo da coisa toda na igreja, padre, vestido branco e buquê. Sei que pra muitos é um sonho. Um daqueles que é possível. Então, por que as pessoas sentem este desejo? Sei lá. Eu, até agora, não tive.
É fácil maldizer o casamento. Falar mal da igreja. Insultar a instituição. Quanto dinheiro gasto em um dia apenas... Entretanto, hoje prefiro olhar outro lado. Perceber a união de duas pessoas. O casamento tem seu lado político, contudo, tem também uma face onírica.
Ninguém casa achando que vai se separar. Ninguém rouba um banco pensando que será preso. Pelo menos não deviam. Trocam alianças na esperança de ser a única vez. Ou a última no caso de não ser o primeiro. Olham pra frente e se vêem com aquela pessoa ao lado. Os sonhos mudam de fulano pra beltrano. Uns querem filhos. Outros uma casa no campo. Ou viagens inesquecíveis. A única constante nesta equação é aquele indivíduo que disse “sim” no momento certo.
Sabemos que não existe felizes para sempre. Uma traição, um xixi fora do vaso, a pasta de dente mal-apertada, tudo isso parece não existir por alguns instantes. No amor? Na tristeza? Na saúde? Na doença? Na riqueza? Na dureza? Hoje, sim. Amanhã? ...veremos. Somos levados por toda aquela encenação. Aquele teatro sem vilão, só mocinho e mocinha. Quem não será feliz assim?
Por um dia, seremos felizes pra sempre.
E quem quer felicidade todo o tempo?
Amanhã vestirei meu fraque – que na verdade é meio-fraque -, esperarei na sacristia. Cumprimentarei o noivo e a noiva. Serei padrinho de casamento pela primeira vez. Interpretarei meu papel, neste dia de felicidade eterna, com enorme estima.
depois de velho, continuou tarado.
sábado, março 18, 2006
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2 comentários:
determinismo intelectual gera crias defeituosas. o destino não está nas mãos, nem nos dedos nem nos anéis. quem manda é o desmando, tá ligado, mano?
minha irma casa em dezembro...
achei tao legal esse seu post..acho que vou mandar pra ela.
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