depois de velho, continuou tarado.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Tsunami.

No ano passado fui viajar um dia depois do Tsunami. Escolhi passar o reveillon com alguns amigos, num lugar sem luz elétrica. Só se chega ali de barco ou por uma trilha. Pelas águas, demora quarenta. Camelando, uns dizem quatro, outros oito.

Chegando no lugar, ninguém sabia da onda gigante. Logo fomos sabatinados. Como? Onde? Porquê? Não conseguiam acreditar. Mas com a chegada de mais turistas, a confirmação foi inevitável. Cada pessoa nova que aparecia, respondia várias questões. Depois lhe perguntavam o nome. Prazer... que desgraça, né? E o assunto continuava.

Uns eram bem formais e didáticos. Sabiam a velocidade, altura, força, escala richter. Outros faziam cara de quem tinha visto um fantasma e começavam a descrever cenas dos vídeos amadores. Uma criança boiando num colchão. Um homem desesperado em cima da árvore. Carros sendo levados como se fossem de brinquedo.

Logo começaram as piadas e as perguntas de se... Se você estivesse lá, o que faria? Corria. Filmava. Mergulhava. Subia em árvores. Rezava. Se pudesse escolher alguém pra colocar na praia naquele instante, quem seria? O presidente americano ganhou disparado. Hoje, talvez, o nosso ganhasse. Nem muita água salgada acaba com as obviedades.

Depois da passagem do ano, comecei a perguntar quem havia ganho a corrida de São Silvestre. Hã? Corrida? Sei lá. Passei a ser visto como alienígena. Só é prova de atletismo mais tradicional do Brasil, mas parece que ninguém presta atenção.

Quando voltei pra São Paulo, resolvi ler um pouco sobre o desastre e filtrar as informações que havia recebido. Logo no primeiro jornal que peguei, uma foto me chama a atenção, logo abaixo leio “Luxa faz primeiro treino no real”. Fiquei assustado. Ninguém disse que o Vanderley tinha assumido o time de Madrid. Não liguei mais pra onda. Meu Tsunami foi o Luxemburgo.

Hoje ele nem é mais treinador dos galácticos. Aparentemente está de volta à baixada. Meu word ainda acha que tsunami não existe, grifa a palavra de vermelho. Com certeza, numa próxima versão ele já saberá o que é. Robert Cheruyiot, do Quênia, ganhou a São Silvestre pela segunda vez.

2 comentários:

Christal Perséfone disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Christal Perséfone disse...

Estamos assitindo o fim dos tempos.
A natureza esta pedindo ajuda, o ecossitema esta em total colapso.

O homem continua destrindo o planeta, e pior, o Lula, querendo unir o nada a lugar nenhum, visando mais e mais propina.

Onde vamos parar...