Hoje não vi meu avô. Aliás, não o vejo desde quando escrevi sobre ele. Mas estou sabendo do que anda ocorrendo em sua vida. Sei que ele, cada vez mais, precisa de cuidados diferenciados. Sei que minha avó não tem mais condições de lhe dar esta atenção extra. Sei que a decisão de colocá-lo numa clínica foi tomada.
Ele está lá faz uns dias.
Vô José sempre foi um cara ativo. Lembro, quando passou uma temporada em casa, que ele gostava de ir a pé até o SESC Pompéia. Dava uns trinta minutos de camelada. Chegava lá, nadava. Se houvesse sol, fazia o caminho de volta gastando a sola de novo. E abria a porta de casa sorrindo.
Logo depois que chegou na tal clínica, soube que teve de ser internado. Não pude ir visitá-lo, mas minha mãe e irmã foram. Para minha surpresa, voltaram bem tranqüilas. Seu avô é uma figura, disse a ex-nora do espanhol.
Aconteceu o seguinte, ao chegar no lugar, ele ficou muito animado. Ao contrário da maioria, que desanima quando se vê sem a família ao lado 24 horas por dia. Logo fez amigos, trocou idéias. Contava e ouvia histórias. Se sentiu tão bem-disposto que resolveu fazer abdominais e polichinelos. Para quem pouco saia da cama, tal esforço faz mal pra saúde.
Levou um puxão de orelha dos filhos. Voltou para a clínica e passa bem. Este espanhol é dureza!
depois de velho, continuou tarado.
quarta-feira, setembro 21, 2005
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