depois de velho, continuou tarado.

sexta-feira, julho 29, 2005

digital.


- ah... que saudade da lanterna mágica! -

Podem me chamar de quadrado. Velho gagá. Ultrapassado. Saudosista. Romântico. Este aqui será mais um daqueles textos do tipo “No meu tempo...”.

Um amigo me disse que seria em DVD. Não acreditei. Por que passariam “Pulp Fiction” em DVD? É um filme recente. Devem haver cópias boas em algum lugar da cidade. Em todo o caso liguei para confirmar. A mocinha que atendeu foi bem atenciosa. Não, não será em DVD. Ufa! Mas será digital. Epa! Como assim? Vai ser uma transmissão digital pelo satélite. A sala dois está toda equipada desse modo. Mas o filme passará na sala quatro. Pois é, por isso vem um rapazinho com uns equipamentos só para fazer esta projeção.

Já vi alguns filmes deste modo. E não avisam na compra do ingresso que será digital. Deveriam.

Esta transmissão de satélite tem suas vantagens. A imagem não fica cheia de riscos. Não precisam mais carregar aqueles rolos enormes. Há possibilidade de troca de rolos, o 4 entrar antes do 5 – como já aconteceu comigo –, é nula. O projetor não faz barulho. A distribuidora não precisa gastar dinheiro em uma cópia para cada cinema. E devem haver outras tantas...

Mas nem tudo são flores. O digital não trabalha bem na superexposição e na subexposição. Não tem muitos tons de claro e escuro. Vários filmes usam estes recursos. Que se perdem na hora da projeção. Além disso, a profundidade de campo, a vivacidade das cores e a definição sofrem prejuízos. Eu sinto também um cansaço maior. A luz continua não agrada minha vista. Numa projeção tradicional há aqueles microssegundos entre um quadro e outro, que afagam meu olhar.

Hoje muitos filmes já são captados em vídeo digital. Nestes casos é melhor mesmo a transmissão pelo satélite. É tudo zero e um. Os meios se entendem bem. Já o tradicional trinta e cinco sofre. O contrário também é verdade. O vídeo digital padece na projeção em fotogramas.

A digitalização é inevitável. Sei disso. Mas esperava que o cinema resistisse um pouco mais. Que esperasse eu estar morto antes de se deixar invadir.
Progresso, bah!

2 comentários:

Flavs disse...

Já chegou na fotografia, já chegou no cinema... só espero que as mulheres digitais não substituam as "analógicas"!

André disse...

pra mim tanto fez, tanto faz. Se a mulher falasse que Pulp Fiction seria em digital, nao veria do mesmo jeito. Porra... se o filme foi em 35mm, eh obvio que vai perder em digital. Assim como o contrario. Nicotina ficou muito legal ja que foi feito em hdv.

Agora, os bilheteiros do unibanco ficarem discutindo entre si (um falava q era pelicula, outro falava que era dvd), eh pq tao precisando de gente nova la.