depois de velho, continuou tarado.

sábado, julho 23, 2005

117 + texto.

"Terra dos mortos" (Land of the Dead)
dir: George A. Romero;
com: Simon Baker, John Leguizamo, Dennis Hopper e Asia Argento;
EUA.

Como os três mosqueteiros, a trilogia de George Romero sobre mortos-vivos, ganha um quarto membro. Dartagnan é “Terra dos mortos”, que estréia hoje em São Paulo. Pode não parecer, mas de certa forma é um filme histórico.

Romero criou o gênero de mortos-vivos. Ou zumbis, como preferem os americanos. Lá em 1968, fez “Noite dos mortos-vivos”. Dez anos depois, “Amanhecer dos mortos”. Já era 1985, quando lançou “O dia dos mortos”. Estes três filmes são clássicos do terror. Não apenas pelos sustos, sangue e mortes. Mas por unir o estilo com política, sociologia e psicologia.

Quando anunciaram que ele voltaria para as criaturas sedentas por carne humana, os fãs ficaram apreensivos. Teria Romero se vendido? Será que faria um quarto filme apenas para ganhar uns trocados? Não, digo logo, sem suspense. Ele conta uma história original. Mantendo-se fiel às suas outras incursões.

Novamente o problema maior são os vivos. Ganância, inveja, ciúmes, preconceito. Tudo isso desabrocha quando as criaturas batem na porta. E eles nunca falham. O mundo seria um lugar melhor se apenas os mortos-vivos habitassem, é a impressão que fica ao final de cada projeção.

Também como nos anteriores, tem um ritmo constante. Não é acelerado. Nem quase parando. Romero leva a história com segurança. Deixa o espectador perceber os detalhes e refletir. E sabe apresentar os personagens muito bem. Quando for assistir, preste atenção. No momento em que o ator aparece em cena, já sabemos a sua índole. Sua simplicidade na maneira de filmar tem muito a ensinar aos mais jovens.

É bom dizer que George Romero não é nenhum gênio. Mas quando faz um filme de morto-vivo ele sobe alguns degraus. Tira leite de pedra com maestria. Se sente à vontade com suas criaturas. Mostra que terror não é apenas gritos e pulos. Que pode haver reflexão. É histórico porque ele começou esta linha de filmes. Houveram imitadores. Homenagens. Refilmagens. Então, o criador volta a encontrar as criaturas. Contando algo novo. Expandindo os horizontes. O velho sabe que ainda tem balas na agulha. Não aprendeu truques novos, mas se vira muito bem com os antigos.

[epa! aqui tem mais do mesmo]

2 comentários:

Flavs disse...

Eu tava vivo, fui ver. Saí de lá morto... de fome!!!

GOM disse...

e foi comer mandioca!